Medicina Chinesa e Aromaterapia: como unir forças e multiplicar saúde
Medicina Chinesa e Aromaterapia têm muito a agregar uma à outra. A Aromaterapia é uma área que vem ganhando destaque muito rapidamente nos últimos tempos. Ela tem sido muito buscada como forma terapêutica complementar para os mais diferentes problemas de saúde. Apesar de serem áreas integrativas, a Aromaterapia nem sempre é indicada com base no conhecimento da MTC – o que é uma perda e tanto.
Isso porque dentro da Aromaterapia existem diversas formas de se orientar o uso dos óleos essenciais. Contudo, infelizmente, esta indicação muitas vezes é feita de forma incorreta e inconsequente. Esse tipo de indicação pode trazer danos à saúde das pessoas, dos animais e do planeta.
E por quê? Porque não há uma reserva infinita de óleos essenciais – muito pelo contrário. Eles são provenientes de recursos naturais finitos, cuja manipulação na maioria das vezes não é feita de forma sustentável. Dessa forma, quando mal utilizados, os óleos essenciais podem levar diversas espécies ao risco de extinção – e esse risco já é real em vários casos.
Além disso, diferente do que muita gente pensa, os óleos essenciais, apesar de virem de fontes naturais, são moléculas altamente concentradas e que se usados de forma indevida, podem apresentar vários riscos à saúde, com efeitos colaterais indesejáveis em função do uso abusivo. Isso é uma realidade que vem crescendo muito, infelizmente, principalmente dentro do meio onde vendedores de óleos essenciais que indicam o uso, sem qualquer capacidade técnica para tal.
No entanto, quando a orientação dos óleos essenciais se baseia no conhecimento da Medicina Chinesa, muitas coisas mudam, inclusive a escolha e indicação dos óleos essenciais, que passa a ser completamente diferente.
Com a visão milenar da Medicina Chinesa os óleos essenciais passam a ser indicados e usados de forma pontual, objetiva e por tempo limitado, poupando inúmeros recursos naturais e diminuindo as chances de toxicidade por uso prolongado. E essa diferença de orientação, além de ser mais sustentável, traz resultados muito mais assertivos.
Neste artigo eu reuni informações valiosas para você entender melhor a importância de relacionar intimamente os dois conhecimentos e, dessa forma, conseguir resultados realmente eficazes junto aos seus pacientes, além de carregar o “selo” de postura sustentável.
O que é e para que serve a Aromaterapia?
A Aromaterapia, da forma como é aplicada hoje em dia, é uma prática integrativa muito recente, que atua principalmente no campo das emoções, mas também pode ser utilizada como auxiliar no tratamento dos mais diferentes tipos de desequilíbrios.
A Aromaterapia é um braço da Fitoterapia que se expandiu muito e ganhou destaque comercial. É uma ciência que utiliza as propriedades terapêuticas dos óleos essenciais e sua principal via de utilização é a via olfatória – o óbvio que mais do que nunca precisa ser reforçado, visto que vemos formas de uso dos óleos essenciais bastante arriscadas por aí.
Hoje a Aromaterapia integra as terapias complementares oferecidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
O que são óleos essenciais (OEs)
Os óleos essenciais são substâncias químicas, altamente concentradas e complexas, produzidas pelas plantas no intuito de protegê-las de ataques de parasitas e doenças. Além disso, eles auxiliam as plantas em processos como, por exemplo, a fertilização, polinização e, da mesma forma, na proteção contra a radiação solar.
Ainda que levem a palavra “óleo” no nome, os óleos essenciais não são, necessariamente, substâncias gordurosas. São assim chamados por serem solúveis em óleo (lipossolúveis), não em água. Eles podem ser encontrados em várias partes das plantas: frutos, raízes, folhas, flores, sementes e casca e sua extração pode ser feita de diversas maneiras diferentes.
No Brasil, a ANVISA proíbe a comercialização e utilização dos óleos essenciais para uso interno, já que os óleos essenciais estão dentro da categoria de cosméticos naturais., Portanto nenhum aromaterapeuta responsável fará esse tipo de indicação, salvo raras exceções que devem ser muito bem monitoradas e acompanhadas pelo terapeuta responsável. Já o uso externo pode ser feito através da inalação dos OEs ou do uso tópico em massagens, desde que diluído em correto veículo.
A indicação do uso dos óleos essenciais deveria ser feita de forma personalizada apenas por aromaterapeutas devidamente qualificados e certificados. Não siga instruções genéricas de redes sociais e nem indicação de vendedores de óleos essenciais não aromaterapeutas.
Como o aroma age no cérebro?
Cada óleo essencial possui substâncias odoríferas que, quando inaladas, estimulam as células nervosas olfativas. Esse estímulo é forte o suficiente para desencadear uma série de reações como, por exemplo, a ativação do chamado sistema límbico. O sistema límbico se relaciona de perto com nossos comportamentos e também emoções, integrando os mais diferentes tipos de informação sensitivo-sensorial com nossa mente.
Os estímulos sensoriais se ligam intimamente à nossa aprendizagem, memória, motivação, bem como aos nossos comportamentos emocionais e sexuais. Isso acontece porque nosso corpo atribui informações afetivas a cada estímulo e os relaciona a memórias já existentes. Dessa forma, esses estímulos levam a uma resposta emocional. É por isso que a psicoaromaterapia tem ganhado tanto destaque, sendo a forma mais efetiva de uso dos óleos essenciais.
Quando a Aromaterapia é indicada?
Dentro do contexto da Medicina Chinesa, a Aromaterapia pode ser utilizada no tratamento das disfunções como terapia complementar, em uma abordagem integrativa.
Para a MTC a doença é um claro sinal de desequilíbrio nas energias Yin-Yang e nos 5 elementos. Dessa forma, a Aromaterapia vem como uma maneira de auxiliar no reequilíbrio dessas energias, para a recuperação plena da saúde, já que as plantas apresentam naturezas yin, yang ou dupla e são capazes de agir nos elementos.
Os óleos essenciais entram como uma vertente da Fitoterapia, na apresentação da planta medicinal na sua forma mais concentrada e que podem ser utilizadas integrando as práticas da Medicina Chinesa, em conjunto com as orientações de Dietoterapia Chinesa ou mesmo no estímulo dos meridianos e pontos de acupuntura. .
Aplicando a Aromaterapia dentro da visão da Medicina Chinesa
O primeiro ponto que difere o uso da Aromaterapia “comum” e sua aplicação dentro de uma visão integrada à Medicina Chinesa é com relação ao tratamento. Grande parte dos profissionais focam apenas no tratamento dos sintomas. O paciente está ansioso? Óleo essencial para aliviar a ansiedade. Está apático? Óleo essencial para dar mais energia. Não é essa a minha forma de indicar e ensinar o uso dos óleos essenciais, pois a Aromaterapia deveria ser usada de forma holística, dentro de uma abordagem integrativa voltada para a causa do problema e não de forma alopática voltada apenas para o sintoma.
O problema do uso alopático dos óleos essenciais é que ele se presta mais como uma forma de tapar o sol com a peneira do que como um meio de tratamento em si. Nesse sentido, quando unida à Medicina Chinesa, o foco da Aromaterapia passa a ser o tratamento da raiz dos problemas, não apenas sintomas isolados. Assim, é possível utilizar os óleos essenciais de forma objetiva, direto no foco do problema. O resultado, então, é um uso por menos tempo, mais assertivo, mais seguro, mais sustentável e sem riscos para a saúde do paciente, já que a Aromaterapia vem como aliada complementar a uma série de outras práticas, não como uma técnica isolada.
Todos sabemos o quanto as emoções podem afetar o corpo físico. E, através do conhecimento milenar da Medicina Chinesa, sabemos que emoções diferentes afetam partes diferentes do nosso organismo. Sabendo disso, fica claro a importância de ser um profissional capaz de identificar os desequilíbrios energéticos que estão causando os problemas, e as emoções envolvidas, a fim de se tratar a doença de forma muito mais objetiva e com resultados muito mais rápidos.
Dentro dessa visão, os óleos essenciais passam a ser indicados após um bom diagnóstico energético que aponta quais elementos estão em desequilíbrio e qual a natureza do desequilíbrio para então recomendar, quando houver necessidade, o óleo essencial que seja mais indicado ao caso, juntamente com diversas outras orientações de mudanças de hábitos diários, como a alimentação e os outros pilares do estilo de vida.
Dessa forma o uso dos óleos essenciais passa a ser integrado a outras abordagens e não utilizado de maneira isolada, além de ser um uso assertivo e bem pontual, não passando de 21 dias de utilização, para evitar toxicidade e efeitos indesejados.
Conclusão
Como você pôde ver nesse artigo, a Aromaterapia é uma prática que pode ser utilizada em uma abordagem integrativa com o olhar da Medicina Chinesa para auxiliar no tratamento de diversas disfunções.
E esse olhar pede um diagnóstico assertivo, para que as terapias possam ser aplicadas de forma objetiva, diminuindo o tempo de tratamento e acelerando os resultados. Por isso você, Aromaterapeuta que decidiu aliar seu conhecimento à Medicina Chinesa, vai ser capaz de levar seus resultados clínicos a um nível muito superior aos demais colegas da área. Você passará a ter muito mais segurança na indicação dos óleos essenciais e terá resultados mais consistentes, eficazes e rápidos.
A junção da Medicina Chinesa com a Aromaterapia é um casamento muito especial e que exige muito aprofundamento de conhecimento.
Se você deseja se aprofundar nessa área, te convido a conhecer meu Curso: União da Medicina Tradicional Chinesa com a Aromaterapia. Você terá acesso a mais de uma década de conhecimento teórico e prática clínica, tudo organizado para sua melhor compreensão. Um verdadeiro divisor de águas na sua carreira como Aromaterapeuta e Terapeuta Integrativo!
Me siga também no Instagram, pois lá eu distribuo posts com muito conhecimento acerca da Medicina Chinesa. Isso sem falar nas lives semanais que te ajudarão nos primeiros passos rumo à Saúde Integrativa.
Agradeço por sua leitura até aqui. Espero que tenha gostado. Nos encontramos na próxima!
Para conhecer mais sobre esse assunto, assista ao vídeo:
Com carinho,
Cláudia Siqueira – Fisioterapeuta integrativa, especialista em Medicina Chinesa, Aromaterapia e Dietoterapia Chinesa, professora e palestrante.
Comentários